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ao narrador viajar pelo tempo sem perder o rumo dos acontecimentos -, tanto se torna possível a inserção de cuidadosas reflexões em qualquer um dos capítulos, quanto se permite a condução dos acontecimentos sem se ficar à mercê da necessidade de encadear os assuntos um após outro. Porém, a grande ruptura ocorre não no enredo, mas na caracterização das personagens, analisadas através de seus aspectos comportamentais, isto é, através da postura que assumem diante dos acontecimentos e da sociedade em que vivem.
Estilo. Obra considerada divisora de águas não só da literatura brasileira, marcando o início da estética realista, como também da literatura machadiana, pois estabelece a ruptura do escritor com os padrões românticos. Ao se substituir a linearidade da narrativa, a preferência pela ação e a leve caracterização das personagens por uma lógica independente da cronologia - que permite.
Porém, a grande ruptura ocorre não no enredo, mas na caracterização das personagens, analisadas através de seus aspectos comportamentais, isto é, através da postura que assumem diante dos acontecimentos e da sociedade em que vivem..
Em 1ª pessoa, por um morto que se propõe a analisar a si e aos outros. Narrador extraordinário e onisciente, pois tem uma visão completa da vida e da morte.
Tempo: O tempo é cronológico, compreendendo o período entre 1805 e 1869, do nascimento à morte de Brás Cubas. Apesar disso a narração não segue esse tempo cronológico, já que é entrecortada por múltiplas digressões.
Brás Cubas: um defunto autor , homem lascivo, mundano, apegado aos bens materiais. Egoísta e cético, levou uma vida sem grandes percalços, mas também sem grandes realizações. Marcela: prostituta e interesseira, dela diz o narrador: Marcela amou-me durante 15 meses e onze contos de réis; nada menos . Com os anos, sofre de bexigas e perde o antigo encanto, mantendo, porém, a ambição e o gosto pelo dinheiro.
Virgília: filha do Conselheiro Dutra. A princípio, desposaria Brás Cubas, mas acabou se casando com Lobo Neves. Posteriormente, manterá um relacionamento adúltero com Brás Cubas. Quincas Borba: antigo colega de escola de Cubas, é pedinte de rua. Tornando-se rico, Brás Cubas se aproxima dele. Funda o Humanitismo - teoria filosófica que pode ser resumida na frase Ao vencedor, as batatas - e morre na semidemência.
Lobo Neves: Marido de Vírgilia, sempre teve ambição política. Seu sucesso na política surgiu do casamento com Vírgilia, já que obteve o apoio do Conselheiro Dutra. Era um indivíduo supersticioso. Sua perspicácia na política contrapunha-se a sua inocência em relação à esposa, que o traía com Brás Cubas.
Cotrim: Marido de Sabina e cunhado de Brás. Eugênia: Filha de Dona Eusébia e do poeta Vilaça. Coxa de nascença, teve um breve romance com Brás Cubas. Acabou num cortiço. Nhã-loló: Sobrinha de Cotrim e filha de Damasceno. Moça de origem simples, mas atraída pelas camadas sociais mais elevadas. Fora noiva de Brás Cubas, mas acabou morrendo prematuramente. Tocava piano e cantava bem.
Brás Cubas começa a narrativa a partir de sua morte e seu delírio e, num salto temporal, retorna à infância, relatando seus amores adolescentes pela prostituta espanhola Marcela, e a ruptura do caso amoroso, quando o pai decide enviá-lo à Europa. Seu envolvimento com Virgília, esposa de Lobo Neves, aborda o problema do adultério, encobertado pelo interesse de Dona Plácida. Importante também é a sua amizade com Quincas Borba, que enriquece graças a uma herança e é o filósofo mentor da teoria do Humanitismo. Na viagem que Brás Cubas faz em torno de sua própria vida, revelando-nos o vazio de realizações contrastado.
Na viagem que Brás Cubas faz em torno de sua própria vida, revelando-nos o vazio de realizações contrastado com seu imenso desejo de imortalidade, as constantes de Machado de Assis vão sendo marcadas: reflexões acerca do homem e das feições sociais, alicerçadas em profundo pessimismo, ironia e humor, sintetizados no capítulo final, Das negativas , quando o narrador afirma com profundo niilismo: Não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria ..
A despreocupação com as modas dominantes. Não se pode enquadrar Machado de Assis nos estreitos limites da prosa realista e naturalista de seu tempo. Há na sua obra: Elementos clássicos: equilíbrio, concisão, contenção lírica e expressional; Resíduos românticos: algumas narrativas convencionais quanto ao enredo; Aproximações realistas: atitude crítica, objetividade, temas contemporâneos; Procedimentos impressionistas: a técnica impressionista, a recriação do passado através da memória, das manchas de recordação, e.
Isso para ficarmos apenas num inventário superficial de algumas constantes da prosa. Há também o formalismo parnasiano na poesia madura, o teatro, as crônicas na imprensa diária, a crítica literária e teatral.
Os fatos e as ações não seguem um fio lógico ou cronológico; obedecem a um ordenamento interior, são relatados à medida que afloram à consciência ou à memória do narrador, num processo que se aproxima do impressionismo associativo.
É comum, na ficção machadiana, que o narrador interrompa a narrativa para, com saborosa e bem-humorada bisbilhotice, comentar com o leitor a própria escritura do romance, fazendo-o participar de sua construção, ou ainda para dialogar sobre uma personagem, refletir sobre um episódio do enredo ou tecer suas digressões sobre os mais variados assuntos. Machado assume a posição de quem escreve e ao mesmo tempo se vê escrevendo. Esses comentários à margem da narração constituem o principal interesse, pois neles está a mensagem artística do escritor.
Machado captou na sociedade carioca do século XIX os grandes temas de sua obra. O seu interesse jamais recaiu sobre o típico, o pitoresco, a cor local, o exótico, tão ao gosto dos românticos. Buscou, na sociedade do seu tempo, o universal, a essência humana, os grandes temas filosóficos: a essência e a aparência, o caráter relativo da moral humana, as convenções sociais e os impulsos interiores, a normalidade e a loucura, o acaso, o ciúme, a irracionalidade, a usura, a crueldade.
As tramas dos romances machadianos poderiam, sem grandes prejuízos à maneira narrativa, ser transplantadas para qualquer época e qualquer cidade..
A forma de revolta de Machado era o rir, quase sempre um riso amargo que exteriorizava o desencanto e o desalento ante a miséria física e moral de suas personagens: Tu, minha Eugenia, é que não as descalçaste nunca; foi aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra margem O que eu não sei é se a tua existência era muito necessária ao século. Quem sabe Talvez um comparsa de menos fizesse patear a tragédia humana.
Os acontecimentos exteriores são considerados somente à medida que revelam o interior, os motivos profundos da ação, que Machado devassa e apresenta detalhadamente.
Machado prima pelo equilíbrio, pela disciplina clássica pela correção gramatical e pela concisão, pela economia vocabular. Ao contrário da nossa congênita tendência ao uso imoderado do adjetivo e do advérbio, tão ao gosto de Castro Alves, de Alencar, de Rui Barbosa etc., Machado é parcimonioso, sóbrio, quase britânico . Não é, contudo, uma linguagem simétrica e mecânica, porém medida pelo seu ritmo interior, de onde o segredo dá unidade da obra.
Capítulo CLX. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor de meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência de Quincas Borba.
E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria..
PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES DO MEU CADÁVER. DEDICO COM SAUDOSA LEMBRANÇA. ESTAS MEMÓRIAS PÓSTUMAS. ANTOLOGIA.
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor1, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco2. ()
(1) Observe que o jogo de palavras, que a mudança da ordem dos termos altera o sentido e o resultado. Não se trata de autor que já morreu (autor defunto), mas de um morto que se torna autor e escreve, do túmulo, suas memórias. Na posição surrealista de morto que escreve, Brás Cubas está livre de qualquer constrangimento para articular o discurso e produzir a sucessão dos fatos. Pode difamar amigos e inimigos, pode expor suas próprias baixezas, sem risco de vingança, punição ou juízo moral dos vivos, que não podem atingi-lo.
Mesmo descontando a alta dose de ironia, é preciso insistir na elevada consciência, que tem Machado de sua posição inovadora e do modo de narrar fora dos hábitos conhecidos do leitor da época.
estão ligados se considerarmos o idêntico destino frustrante da borboleta e da jovem. Não são elas que têm a cor e o defeito, mas estes é que têm, ou seja, o acidente marcou-lhes definitivamente a vida.
- (*) Esse curioso capítulo, em que a pontuação gráfica substitui as palavras, é uma faceta inovadora da narrativa machadiana: o experimentalismo gráfico, à maneira das vanguardas concretistas ou de alguns poetas barrocos. Contudo, em Machado, essas brincadeiras gráficas têm funcionalidade e configuram não apenas uma atitude lúdica, mas também um gosto da experimentação pela experimentação. O título O Velho Diálogo de Adão e Eva é o eufemismo de que o sempre sutil e recatado.
Contudo, como o que se dizem os amantes durante o ato é convencional, previsível, arquétipico e nada se pode dizer de novo ou diferente, Machado, para evitar a vulgaridade, substitui as palavras pelos sinais de pontuação..
- Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse, eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e.
(*) Ainda uma vez a intervenção metalingüística do narrador explica o processo de composição não-convencional do livro, a ruptura com a linearidade da narrativa.
O império da lei do mais forte. Do mais rico e do mais esperto é o apoio do humanitismo. Este pode ser interpretado como sátira ao positivismo, ao cientificismo do naturalismo filosófico do séc. XIX, principalmente à teoria darwiniana da luta pela vida, da seleção natural do mais apto como processo essencial da evolução das espécies. A teoria ao vencedor, as batatas pode ser lida como paródia irônica do cientificismo da época, relativizando as verdades científicas de seu.
Este capítulo é permeado por uma visão anti-Schopenhaueriana ( A dor, segundo o Humanitismo, é uma pura ilusão ), mas defendida por um lunático, como se o ficcionista pretendesse mostrar que apenas um indivíduo desassisado poderia passionalmente apegar-se à vida.
Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto: Suporta-se com paciência a cólica do próximo. Matamos o tempo; o tempo nos enterra. Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
(*) O humor machadiano, quase sempre irônico, reflexivo, amargo e algumas vezes negro, tem aqui outra conotação: a gratuidade do frasista, do manipulador de palavras e idéias.
AQUI JAZ. DONA EULÁLIA DAMASCENO DE BRITO. MORTA. AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE. ORAI POR ELA! (*) Aqui é o próprio túmulo de Eulália que anuncia sua morte. O ícone substitui as palavras.
Brás Cubas teve a ideia de inventar um medicamento, um emplasto anti-hipocondríaco para aliviar a melancolia da humanidade. Apesar dos grandes lucros que viriam da invenção, o que influiu na decisão de Brás de criar o emplasto foi o gosto de ver seu nome impresso nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e nas caixinhas do remédio: Emplasto Brás Cubas. Prof. Claudia Ribeiro.

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Braz Oral Res, v. 19, Supplement (Proceedings of the 22nd Annual

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